One Million Dollar Question
- Story of my life Blog
- 7 de mai. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de mai. de 2021
A maior curiosidade que suscitamos em desconhecidos é: porque será que ela foi institucionalizada? E muitos (muitos mesmo!) perguntam-nos logo o motivo, mesmo antes de saberem o nosso nome.
Se este blog não servir para mais nada, mas contribuir para que parem de perguntar isto, já terá valido a pena. Pensem comigo, perguntariam a alguém que mal conhecem qual é o seu maior trauma? O que o faz sofrer mais?
Pois bem, mas há professores a perguntar isto aos alunos no primeiro dia de aulas, médicos em exames de rotina, pais de amigos em festas de aniversário, etc. Só precisam de saber isto: é mau, é por um motivo MAU.
Para fazer questões dolorosas bastam-me com os meus pensamentos e a pergunta em loop: porquê eu?
Em boa verdade é muito cansativo e por vezes humilhante termos de nos explicar cada vez que dizemos: “eu vivo numa instituição”. Em primeiro lugar, devido a todo o preconceito que existe com este tipo de vivência, nós temos muito receio de contar aos outros onde vivemos, não por termos vergonha da nossa casa, mas por termos medo da reação que irá causar no outro (que por vezes se traduz em afastamento, por exemplo). SIM, existe muito preconceito e ignorância sobre esta realidade, muitas pessoas acreditam que a culpa é nossa, que nós somos delinquentes e estamos na instituição como forma de castigo, infelizmente, o que essas pessoas não sabem é que existem diferentes tipos de instituição, num próximo post irei esclarecer quais os tipos de instituições de acolhimento é que existem.
Portanto, quando ganhamos confiança em alguém e decidimos contar onde vivemos somos, automaticamente, “bombardeados” com perguntas. Querem saber a razão, os pormenores, etc… Perdem-se nos próprios pensamentos e nem se lembram que muito provavelmente enquanto nos questionam com tão ávida curiosidade, nós estamos a responder com evidente incómodo e embaraço (algumas de nós disfarçam melhor que outras!).
O que eu vos peço – de coração - é que quando conhecerem alguém que vive ou viveu numa casa de acolhimento, resistam à vontade de fazer perguntas, deixem a pessoa decidir se quer fazê-lo ou não. Estejam apenas abertos e disponíveis para quando a pessoa tiver coragem e se sentir forte para conseguir reviver aquele sofrimento todo na sua cabeça de maneira a poder transmiti-lo.
No entanto, muitas vezes não temos oportunidade de decidir se queremos contar ou não, por exemplo nas salas de aula, quando chegamos a uma nova escola e o professor está a apresentar-nos à turma e diz que somos de uma instituição (sim isto aconteceu-me, mais do que uma vez até). Pumba, logo um belo carimbo na testa!

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