Inquietações
Olá a todos, já não escrevo há algum tempo é verdade, tenho tanta coisa para vos contar que terão mesmo que ir ficando atentos ao blogue. Em breve vou vos pôr a par de tudo o que se tem passado na minha vida desde o último post que fiz.
Hoje apetece-me falar-vos do quão complicado os sentimentos podem ser.
Refiro-me particularmente às amizades, às pessoas que me acompanham e que me complementam. Não sei se se recordam, mas já falei disto antes, tenho uma grande dificuldade em criar relações, criar laços. Viver numa casa de acolhimento, por si só tem o seu impacto e para além disso, tornar a confiar nos outros é um desafio muitas vezes impossível.. Eu tenho poucos amigos e a maior parte deles são das casas por onde passei (e está tudo bem) pois sei que esses sabem o quanto é difícil baixar a guarda e criar um novo laço emocional. Os meus amigos, que não partilham este tipo de vivência não compreendem muitas das minhas particularidades. Dou por mim a refletir que os amigos que fiz fora das instituições não entendem o tamanho da importância que por vezes têm na minha vida, e quando a vida deles segue por um caminho diferente do meu e me "deixam para trás" é como se o meu mundo fosse ficando cada vez mais pequeno. Eu sei que a vida não pára nem segue o ritmo que eu gostaria, mas deixa-me profundamente triste quando invisto/arrisco numa nova amizade e esta acaba por se esvair no tempo. Fico presa nas minhas inseguranças e em loop penso; de que me serve permitir-me ser um bocadinho vulnerável, se acabo por sofrer de novo.
A minha sorte é que agora tenho mais suporte emocional, tenho uma família que me dá toda a atenção do mundo, que me ouve, que me protege. Sei que isto faz parte da vida, mas não me consigo habituar a este tipo de desilusões... Este texto ficou mais triste do que gostaria mas tinha muita vontade de vir desabafar, porque de certeza que não serei a única a senti-lo. Neste meu cantinho onde recebo tanto amor, vim depositar esta minha inquietação de hoje talvez na esperança de um bocadinho de colo, confesso!
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