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ESPALHAR MAGIA


Ser voluntário permitiu-me fazer pequenas-grandes diferenças na vida dos outros, mas, também na minha. É um sentimento e uma emoção que floresce e fica na pele, ser empático sem igual e sem medida. Fazer o bem aos outros, faz-nos bem também.

No dia 1 de junho, no Dia da Criança, pareceu-me a data perfeita para espalhar magia pelos diferentes sítios onde o amor e a atenção são requisitos importantíssimos. Nesta data, juntei-me aos «Miúdos com Pinta», empresa que proporciona momentos de fantasia e alegria em diferentes contextos (festas de aniversário, etc) e com quem colaboro ocasionalmente, e fomos de forma voluntária – como a empresa faz todos os anos – vestidas a rigor com os nossos uniformes de princesas e personagens do imaginário infantilpela pediatria do Hospital São João, no Porto.

Apesar dos nervos, pois foi a primeira vez que fui a este tipo de voluntariado, mal vi a primeira criança a alegria aqueceu o meu corpo e comecei a dançar e a cantar para a fazer sorrir. À medida que apareciam mais crianças e eu via os seus sorrisos, a força com que acreditaram que nós eramos mesmo as princesas da Disney, entrei no personagem (Rapunzel do Entrelaçados) e foi um momento incrível de muito afeto.

Não é propriamente fácil sorrir e estar animada quando se olha à volta e se vê que há crianças de todas as idades a passar por momentos tão difíceis, algumas das quais nem podiam receber visitas dentro do quarto e tivemos que comunicar do lado de fora, e isso foi algo que me marcou.

Mas sem dúvida que a vontade de oferecer um sorriso nem que fosse por 3 minutos era muito grande. Leva-los a viajar por este mundo de princesas desviando os pensamentos da dura realidade. Muitas vezes estas crianças não tem oportunidade de o ser, perdem-se pelos corredores do hospital, pelas dores fortes e tratamentos que tem que fazer com frequência. Quando penso, que tive a oportunidade de fazê-los sentirem-se um pouco melhor fez-me sentir muito bem comigo mesma, isto até pode ser um pensamento egoísta, mas eu acredito que quem faz voluntariado faz pelos outros e faz por si. E não há problema, o importante é que faça! Tantasvezes que disse que o iria fazer num hospital e nunca tinha tido coragem até a data, pois achei que não teria estofo para olhá-los nos olhos e dizer: “vai ficar tudo bem!”. Ainda bem que o fiz finalmente, e irei fazê-lo muitas vezes mais.

Há tantos tipos de voluntariado, há tanta gente a precisar de um sorriso, 5 minutos de conversa, uma ajuda a carregar as compras, crianças aprender a estudar, cães de tantas associações que precisam de ser passeados, etc, etc. Não adiem mais essa vontade de ajudar, vão por mim, não se irão arrepender. E em jeito de nota, deixo também (não podia deixar de ser!) um lembrete de que o voluntariado nas instituições de acolhimento é também muito variado quer na sua forma, na sua duração ou finalidade, informem-se!




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