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Expressar através da Dança

Poucos sabem, mas a dança sempre fez parte da minha vida, do meu quotidiano, posso até dizer que foi a única coisa constante durante toda a minha a vida.

Sempre gostei muito de musicais e foi através deles que comecei a dançar, imitando as coreografias dos filmes como Hannah Montana, High School Music e Step Up e tantos outros que via e repetia vezes sem conta, pois eram estes momentos que faziam escapar da dura realidade.

Dançar começou a ser a minha forma de expressão, dançava na alegria e na tristeza, nos momentos em que estava frustrada e revoltada e nos outros em que a vida parecia sorrir, até que tudo voltava à triste realidade da solidão e incompreensão.


Á medida que ia saltando de casa em casa a única coisa que me acompanhou para além do meu irmão e quando este também se afastou a dança começou a ser esquecida e deixada para trás juntamente com tudo o resto. Depois daquele ano com a minha mãe, parei de dançar por completo, acho que não estava á espera que tanto pudesse ter corrido mal, dançar já de nada adiantava quando não havia estabilidade psicológica e emocional. A verdade é que ter parado de dançar fez ainda pior, depois de ter entrado para a minha última instituição, fiquei quase 10 anos sem me soltar de forma livre e espontânea que antigamente fazia e era. Quando finalmente a minha vida está a correr bem decido começar a dançar, uma forma de libertar pensamentos, soltar emoções.


Mais ou menos no ano passado comecei a frequentar a Academia Pedro Sousa e pensei: “é agora que vou voltar a ser eu, a ser mesmo eu”, mas não foi bem assim, as primeiras aulas foram terríveis para mim, saía de lá a chorar e frustrada porque não me conseguia libertar, tinha medo e vergonha de ser gozada pelos demais bailarinos. Até que, decidi deixar esse medo de lado, eram todos tão simpáticos comigo, mesmo quando eu não conseguia fazer certos movimentos ou decorar a coreografia, estavam sempre a motivar-me e ganhei coragem para participar na gala (AH! O quanto me fez feliz!) e fui! Claramente que muito desta minha atitude se deve ao Lar por me incentivar a fazer o que mais gosto mesmo quando não corre bem e com o apoio de uma amiga e ex-professora e bailarina dessa mesma academia este meu sonho de voltar a dançar tornou-se realidade.


Aqui estou eu a dar tudo para voltar a sentir o que sentia cada vez que dava um passo de dança, a aumentar a minha autoconfiança e estima. Dançar depois de tantos anos parada deixa-me por vezes triste e frustrada porque não consigo acompanhar uma coreografia, medo de não me voltar a sentir 100% livre a fazer algo que amo…mas com muito amor e motivação tenho-me sentido cada vez mais confiante, feliz e sem dúvida que ter participado na gala foi o meu ponto de viragem para largar o medo e voltar a amar dançar.



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