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“Cabe sempre mais uma!”

  • Foto do escritor: Story of my life Blog
    Story of my life Blog
  • 10 de jun. de 2021
  • 2 min de leitura

Este texto de hoje foi feito com a contribuição das minhas colegas de casa, ouvi as suas opiniões para dar uma perspetiva mais abrangente, para além da minha opinião pessoal. Pois o primeiro dia de acolhimento é vivenciado de formas muito diferentes, consoante as nossas características e história de vida.


A palavra mais usada por elas foi MEDO; medo de não se encaixarem, medo de serem postas de lado por serem novas, medo da solidão de não conhecerem ninguém e medo porque as notícias que dão na televisão sobre lares são sempre muito más (pensem neste último ponto por favor!).


Outras palavras usadas foram raiva, alívio, tristeza e proteção. O primeiro dia numa casa destas é repleto de emoções fortes sejam elas boas ou más. No meu caso, foi um dia feliz porque me tinha livrado de uma vida má, difíceis foram os dias seguintes na gestão das minhas expectativas.


Algumas meninas choraram o tempo todo e não conseguiram dormir durante dias, enquanto outras estavam tão zangadas de as terem tirado de casa que fizeram muitos disparates nos primeiros tempos antes de acalmarem. Mas todas nós nos lembramos de alguma coisa que nos marcou nesse dia, uma palavra, um cheiro, a cor da roupa que alguém vestia, o que comemos, etc. Eu cheguei ao lar da Santa Cruz (com 13 anos) num dia em que estavam a descarregar donativos e pedi a uma outra menina que me conseguisse um chocolate e ela assim fez, “roubou-o” de um dos sacos mas fomos apanhadas. Fomos perdoadas e comi o chocolate!


Mas aqui também há uma outra perspetiva a ter em conta que é o inverso, ou seja, o que sentimos quando já estamos integradas e outra menina entra na nossa casa, uma desconhecida. Não sabemos nada sobre ela, aliás sabemos, mas pouco e ficamos (na maioria) inseguras sobre que tipo de pessoa será, se vem perturbar a nossa paz ou se será a nossa próxima melhor amiga. Já assisti a vários cenários diferentes, às vezes uma menina que entra consegue perturbar toda a gente, mas outras vezes uma menina mal-comportada entra e acalma com o nosso exemplo de grupo, ou seja é uma roleta russa e não sabemos o que nos vai calhar a cada entrada diferente.


Falta aqui a perspetiva de quem cá trabalha que tem também certamente as suas próprias angústias embora estejam muito mais preparadas para as situações. E nós vamos aprendendo com elas.




 
 
 

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